Como fazer a transição capilar sem sofrer
Celebridades, como a cantora Ludmilla e até a ex-primeira dama americana, Michelle Obama, estão arrasando com seus cachos naturais depois da transição capilar. O processo consiste em recuperar e assumir o formato ondulado ou crespo depois de ser lisa por um determinado período de químicas artificiais. Sair da progressiva, escova definitiva, relaxamento ou outros métodos não é nada fácil, a gente sabe, afinal demanda muita paciência e cuidados especiais durante um bom tempo. Mas quem já encarou a situação assina embaixo: vale a pena! E é justamente essa propagação positiva a responsável pela forte tendência na adesão de cada vez mais mulheres à transição capilar. Entre os motivos relevantes dessa mudança de comportamento estão o poder nocivo das substâncias que alisam e a libertação de ter um cabelo cacheado natural (e por consequência mais saudável!).
Se você é cabeleireiro profissional, saiba que pode ajudar e muito sua cliente “artificialmente lisa” a resgatar os fios naturais. Precisa de uma orientação? Então siga o nosso guia completo que ensina a passar por todas as etapas da transição capilar sem sofrer.
A cantora Ludmilla e Michelle Obama antes e depois da transição capilar
FASE 1 – Abandonar a química
A partir do momento que você decide não retocar mais o procedimento químico, é preciso segurar a ansiedade e começar a exercitar a paciência. Para uma transição capilar sem drama ou complicações, a melhor saída é focar no objetivo de recuperar os fios naturais e a saúde do cabelo. “Isso porque o processo pode ser demorado e diferente para cada tipo de cabelo, então é preciso saber esperar. E não tem como mensurar o período exato que é necessário, deve ser analisado caso a caso. É bom ter em mente que nenhum produto é milagroso, o melhor aliado nesse projeto é mesmo o tempo”, enfatiza Douglas Baptista, cabeleireiro e gestor Pedagógico do Instituto Embelleze Franchising.
Outro ponto importante é que quanto maior a diferença de textura entre os fios naturais e os processados quimicamente, maior a necessidade de saber esperar. Mas além de resiliência, alguns métodos podem ajudar bastante como penteados que disfarçam, um bom corte (na hora certa!), produtos que nutrem e hidratam e cuidados essenciais no dia a dia. Tudo isso pode amenizar a angústia dessa fase de ansiedade. “Esse arsenal de alternativas, além de auxiliar na beleza e saúde do fio, auxilia na harmonização de texturas similares entre pontas e raiz e no crescimento do cabelo, fazendo com que o período da transição capilar passe mais rápido”, garante Douglas.
FASE 2 – Esperar o cabelo crescer
Além da paciência, a transição capilar ainda envolve a autoestima, tema delicado para as mulheres. No entanto, existem alguns cuidados especiais para resistir (e persistir) com tranquilidade neste período em que o cabelo fica sem forma e com um volume indesejado. Hora de se munir com alguns truques espertos para viver em paz com a raiz ondulada e o comprimento liso:
Não vá contra a natureza. Pense sob o ponto de vista de aceitar o cabelo como ele é, e assumir sua identidade. “Isso significa, antes de qualquer coisa, uma desconstrução de padrões, o que é libertador tanto físico quanto socialmente”, destaca Douglas Baptista. Afinal, quem disse que cabelo bonito é necessariamente liso? Essa aceitação do natural só aumenta a autoestima e favorece bastante o processo de resgate dos cachos.
Aproveite para brincar com a sua imagem. Use o período de transição capilar para abusar dos acessórios e adotar um visual diferente. Lance mão de lenços, turbantes e bandanas – os tecidos estão super em alta como adorno de cabeça. Então, se joga!
Penteados são sempre um sucesso. Não faltam opções para deixar os cabelos presos com estilo: moicanos, tranças embutidas nas laterais ou partindo da região da frente da cabeça e, claro, o clássico rabo de cavalo são bem-vindos. E para quem gosta de sair do lugar-comum, os famosos apliques e as extensões capilares também podem ser muito úteis nesta fase da transição capilar.
Não hesite em optar pela texturização. Isto é, uma técnica para disfarçar a diferença entre as duas texturas: a do cabelo cacheado que vai nascendo e a da parte alisada que vai perdendo o jeito de fio reto e pode ficar com uma ondulação estranha. O método da texturização é simples: consiste em cachear a parte alisada com bobes ou bigudinhos. A dica aqui é evitar ferramentas de calor, como o babyliss, por conta da fragilidade em que o fio se encontra.
Invista no cosmético certo. Neste período da transição capilar, os fios estão mais porosos, sem vida e quebradiços, portanto é indispensável investir numa linha de xampu, condicionador e leave-in rica em proteínas e ativos emolientes e regeneradores, os mesmos indicados para cabelos secos e quimicamente danificados. Uma vez por semana é preciso fazer um protocolo com uma máscara bem hidratante para repor a água dos fios, que pode ser potencializada com o uso de uma ampola power, também de hidratação. Além disso, alguns detalhes ajudam e muito! Veja só:
A ideia é não economizar nos cremes de pentear, leave-ins e máscaras de finalização, que ajudam a dar forma ao cabelo e, por consequência, mantê-lo domado.
Fuja dos xampus anti-resíduos ou de limpeza profunda, porque são agressivos. A transição capilar fragiliza a fibra e é comum ela quebrar e cair com um pouco mais de facilidade.
Formulações suaves, como nos produtos Low e No Poo, higienizam na medida certa. Elas contêm pouco ou nenhum sabão detergente, evitando, assim, que os tratamentos de hidratação sejam removidos, mantendo o fio hidratado e nutrido.
Invista da linha DNA do Cacho, da Embelleze, para tratamentos em salão, além de cuidar da saúde do fio, mantém uma curvatura bonita e natural, mesmo na etapa difícil da transição capilar.
FASE 3 – Cuidar intensamente da saúde dos fios
O fio danificado por químicas alisantes perde sua proteção natural – as cutículas; e, com o tempo, fica desidratado, sem nutrientes e com pouca matéria. Sim, não sobra quase nada! O cronograma capilar é fundamental nesta fase. Os tratamentos do calendário, que alternam hidratação, nutrição e reconstrução são muito úteis, pois têm princípios ativos diferentes e se complementam fornecendo aos fios tudo o que eles precisam na etapa de fragilidade extrema.
A hidratação, feita com máscaras concentradas, repõe a água.
A nutrição recupera o lipídeo (aquela oleosidade natural da raiz que nutre o fio) e os ativos essenciais, e pode ser feita com óleos comerciais, de linha, ou os naturais como, por exemplo, o de coco, amêndoa ou oliva.
A reconstrução é essencial para recuperar a queratina e formar de novo a cadeia de aminoácidos que reestrutura o fio danificado por químicas pesadas, como as dos métodos de alisamento. Geralmente, os produtos ideais para reconstruir o fio são à base de óleos e manteigas, como os de karité, argan, murumuru.
FASE 4 – Livrar-se de vez da parte lisa do cabelo
Quando chega a fase em que já é possível cortar uma boa parte dos fios alisados e começar a dar forma ao caimento dos fios naturais é sinal de que a angústia da transição capilar está chegando ao fim! No entanto, é preciso conhecimento para saber qual o momento certo de recorrer à tesoura. Dependendo do caimento do cabelo, quando a raiz crespa começa a crescer, o comprimento costuma ficar muito irregular, por isso é importante ouvir a opinião de um cabeleireiro. Em alguns casos o corte reto, o mais desejado pelas mulheres por significar “adeus à tortura”, pode deixar as pontas desiguais e não ter um caimento harmônico. Já o corte em camadas é quase sempre a melhor solução, pois ele traz simetria ao cabelo. Mas ainda assim é importante analisar caso a caso, pois essa teoria pode não se aplicar para algumas mulheres. Só mesmo um profissional especializado para indicar a hora e o estilo do corte correto. As mais corajosas costumam cortar o mal pela raiz, literalmente. Se jogam no corte radical, bem curtinho, conhecido como Big Chop – nesse caso, não há nenhuma contraindicação, é só querer.
A atriz Nathalie Emmanuel também decidiu assumir os lindos cachos
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